Ana Maria Machado festeja 80 anos com livros sobre marcante trajetória literária

Celebrada como uma das principais autoras de literatura infantojuvenil do mundo (venceu, em 2000, o Prêmio Hans Christian Andersen, equivalente ao Nobel de Literatura para adultos), Ana Maria Machado completa 80 anos hoje (24) e, para festejar, a editora Ática lança “Rastros e Riscos”, um longo relato em que a escritora rememora sua interação com o público, desde leitores até professores. Trata-se de um encadeamento de histórias espontâneas, movidas pela forma como a literatura (e, em especial, a de Ana Maria) deu novo rumo para a vida de muitas pessoas.
“Rastros e Riscos é um registro precioso da transformação que a leitura pode ter na sociedade”, atesta, no prólogo do livro, Marcos da Veiga Pereira, editor que presenciou muitas das histórias relatadas.

Ana Maria conta que começou a rascunhar durante a pandemia. “Estava trancada, como a maioria das pessoas, então fiquei procurando na memória lembranças alegres que passaram a me alimentar naquele momento.”

VIDA

Ana Maria Machado já soma mais de cem livros publicados no Brasil e em mais de 17 países, entre obras para crianças, adultos e de não ficção, alcançando mais de 18 milhões de exemplares vendidos. Se as obras para crianças são marcadas por textos de rara musicalidade, além de um estilo leve e, ao mesmo tempo, denso, os livros direcionados aos adultos trazem uma escrita apurada, desafiadora, denunciadora. Na verdade, tais frases poderiam ser invertidas, pois Ana Maria busca a cumplicidade do leitor, independentemente da idade.

Sua estreia aconteceu em 1969, quando publicou textos na revista infantil Recreio, ponto de partida para a criação de histórias que logo se tornaram clássicas, como Bisa Bia, Bisa Bel, Raul da Ferrugem Azul e Era Uma Vez Um Tirano. No ano seguinte, porém, foi obrigada a deixar o Brasil, quando se exilou na França.

O gosto por outras vidas e suas histórias alimenta as escolhas de Ana Maria como leitora e escritora, algo que lhe possibilita um intenso prazer intelectual. É o que se observa em Esta Força Estranha, relançado pela Atual Editora também para festejar suas oito décadas de vida.

Na obra, cujo título se inspira na canção de Caetano Veloso de mesmo nome, Ana Maria relembra sua trajetória artística, que inclui o trabalho como chefe de jornalismo da Rádio Jornal do Brasil, em 1973, até a vocação como pintora – antes de iniciar a carreira na literatura, ela fez um curso de pintura, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, com Aloizio Carvão, que a ajudou depois na escrita, como aprender a estar exposta à crítica permanente.

Fonte: Folha da Região

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