Sidney Sheldon é um dos autores mais lidos do mundo. Publicou, ao todo, dezoito romances – e todos alcançaram a lista de best sellers do jornal The New York Times, totalizando mais de 300 milhões de cópias vendidas. Sheldon é considerado o criador do gênero de romance com suspense, com obras adaptadas inúmeras vezes para o cinema. Com livros traduzidos para mais de 51 idiomas, o autor passou a ser ser considerado “o escritor mais traduzido do mundo“, pelo Guinness.
No entanto, a intimidade que Sheldon tinha com as palavras começou através de outra arte: o cinema. Roteirista consagrado, assinou mais de 250 roteiros cinematográficos e televisivos, ganhando o Oscar de melhor Roteiro Original em 1947, pelo filme O solteirão cobiçado, estrelado por Cary Grant.
Nascido em 11 de fevereiro de 1917, em Chigago, Illinois, Sidney trabalhou desde jovem para ajudar a manter a casa dos seus pais. Durante a Grande Depressão, manteve diversos empregos ao mesmo tempo com esta finalidade, como vendedor de sapatos, locutor de rádio e entregador de uma drogaria. Sua primeira tentativa de entrar no Show Business foi como compositor – ele vendeu uma canção escrita por ele para uma banda local. Com o dinheiro que recebeu da venda, mudou-se para Nova York com a intenção de prosseguir com a carreira, mas logo desistiu e retornou para Chicago.
A estreia no cinema
Mudou-se para Hollywood em 1937, onde inicialmente conseguiu um emprego de leitor de roteiros, no qual fazia resumos dos scripts para facilitar o trabalho dos produtores. Um tempo depois, começou a escrever seus próprios argumentos, passando a enviá-los de forma independente para os estúdios. Com o sucesso de algumas ideias, passou a trabalhar em dupla com Ben Roberts, o seu colega de quarto da pensão onde residiu este período.
Neste sentido, não demorou muito para que Sidney Sheldon começasse a ser creditado oficialmente como roteirista. Um dos primeiros filmes que trabalhou foi Desfile de Páscoa, estrelado por dois dos atores mais populares da época, Fred Astaire e Judy Garland. Alguns dos seus filmes não foram considerados sucesso de crítica, o que fez o autor afastar-se da sétima arte e dedicar-se ao teatro, especialmente escrevendo peças para Broadway.
Criando dois clássicos: Jeannie é um gênio e Casal 20
O grande salto de sua carreira ocorreu quando foi chamado para ser um dos produtores da MGM, um dos maiores estúdios hollywoodianos da Era de ouro do cinema. Com a liberdade criativa em suas mãos, Sidney Sheldon criou séries clássicas que tornaram-se sucessos inesquecíveis de audiência, como Jeannie é um gênio e Casal 20. A história de um astronauta que, ao se perder em uma ilha deserta, encontra uma garrafa misteriosa e ao abri-lá, é surpreendido por uma gênia de mais de 2.000 anos de idade, vivida pela atriz Barbara Eden, que estava dentro da garrafa mágica. Jeannie foi exibida entre 1965 e 1970, deixando fãs por todos os cantos do mundo. Em 1979, o escritor criou Casal 20, uma série que bateu recordes de audiência e permaneceu no ar até 1984.
O sucesso editorial
Na literatura, fez sua estreia com A outra face, mas apenas lançou o livro porque o considerou “psicologicamente variado demais” para outras mídias, como o cinema, a TV ou o teatro. Com o sucesso de vendas e a indicação na categoria de “Melhor livro de Estreia” do prêmio Edgar Allan Poe, Sheldon começou a investir todo o seu tempo para a criação de romances. O seu segundo livro publicado foi O outro lado da meia-noite, considerado por muitos críticos como a sua obra-prima. O título permaneceu por 53 semanas na lista de mais vendidos do The New York Times.
Workaholic, Sidney Sheldon afirmou que escrever livros sempre foi a sua maior paixão: “Eu amo escrever livros. Filmes são uma mídia colaborativa, mas quando você cria um livro, está fazendo sozinho. É uma liberdade que não existe em nenhuma outra mídia”, explicou o autor. O escritor faleceu em 30 de janeiro de 2007, aos 89 anos, em sua mansão na Califórnia.
Apesar de ter vivido tragédias pessoais, como a morte prematura de uma de suas filhas e ter sofrido com o seu diagnóstico de transtorno bipolar – o que o levou a uma tentativa de suicídio aos 17 anos – Sheldon consagrou-se como poucos em um dos meios mais competitivos do planeta, o Show Business. O autor foi bem sucedido em quase todos os projetos que iniciou dentro da literatura, do teatro ou do cinema, carregando até hoje o título de pioneiro no gênero do romance literário com pitadas de suspense – uma mistura que definitivamente conquistou leitores em todo o mundo.
Fonte: Estante Virtual