Livro revisita “Prosopopeia”, poema inaugural do Barroco no Brasil

Na quarta-feira passada, dia 30, foi lançado o livro Ensaios sobre Prosopopeia (1601), de Bento Teixeira, que reúne seis ensaios sobre o poema épico do escritor luso-brasileiro Bento Teixeira, considerado o marco inaugural do Barroco na literatura nacional.

Há séculos ofuscada pelo clássico Os Lusíadas, do português Luís Vaz de Camões, Prosopopeia ganha nova luz com essa coletânea de ensaios. Organizado pelos professores Cleber Vinicius do Amaral Felipe, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), e Jean Pierre Chauvin, da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, o livro situa o poema como produto merecedor de análise crítica e busca afastá-lo de visões estereotipadas e acusações de plágio.

Publicado pela Pedro & João Editores, o livro traz ensaios — alguns deles inéditos — que “evitam formulações alçadas a verdades incontestes, autorizadas pela crítica e reproduzidas sem o devido cuidado, ignorando os aparatos técnicos que ancoravam a produção artística luso-brasileira dos séculos 16, 17 e 18”, como escrevem os autores na introdução da obra. Além de Cleber Felipe e Chauvin, assinam os ensaios os especialistas em literatura Guilherme Amaral Luz, Leni Ribeiro Leite, Barbara Faria Tofoli, Marcelo Lachat e Pedro Marques.

Ensaios sobre Prosopopeia presta homenagem a Ivan Prado Teixeira, falecido professor da ECA e pesquisador da obra de Bento Teixeira — com o qual compartilhava o sobrenome, embora não possuísse relação de parentesco. “O vínculo se dá, na verdade, de outra forma: o poeta é fonte; o homenageado, estudioso dela”, explicam Felipe e Chauvin no capítulo introdutório à coletânea. “Logo, os Teixeira cá estão, porque se complementam: um como objeto de estudo digno de atenção; o outro, como teórico que preparou terreno para que este estudo pudesse ser concebido”, expõem.

Ensaios sobre Prosopopeia (1601), de Bento Teixeira, de Cleber Vinicius do Amaral Felipe e Jean Pierre Chauvin (organizadores), Pedro & João Editores, 157 páginas.

O livro está disponível gratuitamente para download neste link

Fonte: Jornal da USP

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